
Cheguei assim ao fim deste meu primeiro blog de Biologia e Geologia, espero que tenha conseguido esclarecer algumas dúvidas, porque quanto a mim ajudou-me imenso na interpretação de toda a matéria abordada neste 11º ano.
Num aquífero livre, o nível máximo, o nível máximo que a agua atinge é designado por nível hidrostático ou freático. A zona que se situa abaixo do nível topográfico e acima do nível freático chama-se zona de aeração. Nesta zona ocorre a infiltração de água em que os espaços vazios não estão só preenchidos por essa água mas também por ar.
Quanto a zona de saturação, apresenta uma camada impermeável na base e pode ser constituída por diferentes formações geológicas onde todos os espaços vazios estão preenchidos por água. O limite superior desta zona é o nível freático.
Aquífero confinado ou cativo - formação geológica onde a água se acumula e movimenta, estando limitada tanto no topo como na base por camadas impermeáveis. Nos aquíferos cativos a pressão da água é superior à pressão atmosférica. A recarga nestes aquíferos é feita lateralmente.
Fig. 3 - Diferentes tipos de aquíferos.
A captação das águas subterrâneas pode ser feita nos dois tipos de aquíferos através de furos ou captações.
Quando a captação da água subterrânea é realizada num aquífero cativo, devido à superior pressão da água comparativamente com a atmosférica, a água subirá até ao nível freático. Uma captação destas designa-se de captação artesiana. Se a captação é feita num local em que o nível hidrostático se encontra acima do nível topográfico, esta extravasa a boca da captação, sendo considerada uma captação artesiana repuxante.
Fig. 5 - Imagem de rochas com alta porosidade e baixa porosidade (rochas fissuradas) (imagem extraída de: CienTIC).
Algumas rochas sedimentares, como arenitos e conglomerados, têm poros entre os grãos de minerais, pelo que podem armazenar uma grande quantidade de água. As rochas cristalinas não têm poros entre os grãos de minerais, pelo que apresentam uma má porosidade. No entanto podem armazenar água em fracturas.
Permeabilidade:
A permeabilidade é a capacidade das rochas deixarem passar fluidos, como a água, através dos seus poros ou fracturas. A permeabilidade das rochas está directamente relacionada com as dimensões dos poros e com a forma como se estabelece a comunicação entre estes.
Fig. 6 - Alta e baixa permeabilidade nas rochas (imagem extraída de: CienTIC).
As formações geológicas com alta porosidade e alta permeabilidade são constituem bons aquíferos. Uma formação rochosa com alta porosidade mas baixa permeabilidade, pode conter uma elevada quantidade de água mas como esta flui muito lentamente, torna-se pouca rentável. Quando são rochas porosas, no entanto com poros de pequenas dimensões pode-se concluir que esses materiais são de baixa permeabilidade.
Composição química das rochas subterrâneas
As águas subterrâneas variam de local para local, como é facilmente comprovado através das diferentes águas provenientes de diferentes regiões.
Certos parâmetros como a composição química e as propriedades terapêuticas de uma água são importantes critérios para a denominação da água sob o ponto de vista legal. Por exemplo, em Portugal e de acordo com a legislação, as águas subterrâneas destinadas ao consumo humano podem ser classificadas como águas minerais naturais e águas de nascente.
Fig. 7 - Imagem sobre as diferentes águas para consumo humano, e quais os seus fins.
Outro parâmetro igualmente importante na caracterização da água é a sua dureza. Esta propriedade da água reflecte o seu teor global em iões alcalino-terrosos, cálcio e magnésio. A dureza da água é geralmente expressa em mg/l de CaCO3
Gestão sustentável das águas subterrâneas
As actividades antrópicas são as principais responsáveis pela introdução de impactos negativos na composição das águas subterrâneas. Por exemplo, a extracção de água subterrânea de forma não controlada nos aquíferos pode levar à sua degradação; a extracção de água doce nestes sistemas pode provocar a entrada de água salgada no aquífero, contaminando-a e tornando-a imprópria para consumo.
A exploração sustentada dos recursos geológicos é um modelo de gestão de recursos que se deveria adoptar, de modo a assegurar o desenvolvimento das sociedades dos países e não comprometer as necessidades básicas das gerações presentes e claro, das futuras.
Desta forma poderão seguir-se as seguintes medidas:
- Uma maior utilização dos recursos renováveis;
- Aumento do tempo de duração dos recursos não renováveis, através duma redução de consumo, reciclagem e utilização de substitutos;
- Redução dos impactos ambientais negativos resultantes da exploração de recursos geológicos.
Fig. 8 - Quadro com as diversas vantagens e desvantagens da energia hídrica.
Vídeo que aborda o tema das energia renováveis, e que se espera ajudar numa melhor compreensão deste:
Fig. 2 - Tragédia na central nuclear em Chernobyl, que teve graves consequências mais tarde, como por exemplo, crianças que nasceram com mutações devido aos elevados níveis de radioactivade libertados.
A utilização desta energia pode-se esgotar facilmente se não for gerida de uma forma razoável e sustentada.
Aqui fica um vídeo que relata a polémica em volta deste tipo de energia, a energia nuclear:
Icebergs se desfazendo perto do cabo York, na Groenlândia (Foto: Reprodução)
Aqui fica outro site com uma outra notícia também relacionada com o tema dos combustíveis fósseis. Devido a direitos de autor não foi permitida a cópia do documento em que a notícia se inseria.
Fig. 1 - Exemplos de recursos geológicos (imagem extraída de: CienTIC).
Todos os recursos geológicos classificados como depósitos conhecidos podem tornar-se reservas.
É importante referir, que os recursos geológicos podem ser, recursos não renováveis, ou seja, a sua exploração é feita a um ritmo superior ao da capacidade de regeneração da Terra, ou podem ser recursos renováveis, recursos que podem ser repostos à medida que são consumidos.
Fontes de energia
O crescimento económico e o aumento demográfico fez aumentar extraordinariamente os consumos energéticos, sobretudo o dos combustíveis fósseis.
Combustíveis fósseis
Os combustíveis fósseis resultam da transformação da matéria orgânica e podem ocorrer sob três formas: carvão (por exemplo, produção de energia eléctrica), petróleo (por exemplo, transportes, produção de energia eléctrica), e o gás natural (por exemplo, transportes, produção de energia eléctrica). São considerados recursos não renováveis devido ao tempo que demoram os processos que intervêm na sua génese.
Fig. 2 - Combustíveis fósseis - carvão, volframite e petróleo (imagem extraída de: CienTIC).
O uso intensivo dos combustíveis fósseis e a desflorestação têm contribuído para o aumento da temperatura na atmosfera de gases causadores do efeito de estufa.Fig. 3 - Queima de combustíveis fósseis e desflorestação - causadores do aumento da temperatura atmosférica (imagem extraída de: CienTIC).
A temperatura tem aumentado ao longo destes anos, e estima-se que se nada mudar até 2100, a temperatura atmosférica elevar-se-á cerca de 6ºC.
Este problema pode agravar-se, pois os países em vias de desenvolvimento gastam metade da energia consumida pelos países desenvolvidos e à medida que esses países industrializados (desenvolvidos) vão progredindo vão aumentando os seus consumos energéticos.
A China e a Índia são dois exemplos dessa evolução.
As perspectivas de esgotamento destes combustíveis associado ao aumento dos preços destes, têm levado à exploração de outras fontes de energia alternativas, a energia nuclear e as energias renováveis, que se falará a seguir.
Fig. 1 - Textura foliada - clivagem, xistosidade e bandado gnáissico, respectivamente (imagem extraída de: CienTIC).
Clivagem - um tipo de foliação de rochas de baixo grau de metamorfismo; os processos metamórficos levam à orientação paralela dos minerais lamelares, como a moscovite e os minerais de argila. Este tipo de estrutura conduz ao aparecimento de planos de clivagem favoráveis à existência de fissilidade - facilidade da rocha se dividir em lâminas.
Xistosidade - característico de rochas de médio grau de metamorfismo; é uma forma de foliação desenvolvida pela orientação paralela de minerais tabulares e lamelares em rochas metamórficas de grão grosseiro (visível macroscopicamente), como os micaxistos; apresentam uma menor fissilidade comparativamente às rochas que sofrem clivagem.
Bandado gnáissico – é um tipo de foliação de rochas de alto grau de metamorfismo; tipo de foliação gerada por diferenciação em bandas por efeito de tensões dirigidas, por exemplo em certas rochas como o gnaisse.
Fig. 2 - Clivagem, xistosidade, bandado gnáissico (imagem extraída de: CienTIC).
Fig. 3 - Rochas com textura foliada, por exemplo, o gnaisse (primeira rocha representada) - (imagem extraída de: CienTIC).
Quanto à textura não foliada também designada granoblástica, é característica de rochas que têm origem em processos metamórficos relacionados com o metamorfismo de contacto, como por exemplo o quartzito, o mármore e as coreanas.
Fig. 2 - Intrusão magmática que ocorre no processo geológico representado - metamorfismo de contacto (imagem extraído de: CienTIC).
Vídeo que explica o metamorfismo das rochas, que pode facilitar a compreensão desta matéria, infelizmente não me foi possível encontrar um vídeo em português.
Fig. 3 - Imagem de duas anticlinais e uma sinclinal.
No trabalho dos geólogos é necessário encontrar no espaço determinadas superfícies planares como uma superfície de estratificação, um plano de falha ou um plano axial.
Na definição dum dado plano no espaço é necessário então determinar a sua atitude, ou seja, saber qual a direcção e inclinação:
Direcção - é o ângulo entre a linha N-S e a linha de intersecção do plano dado com o plano horizontal;
Inclinação - é o ângulo definido entre a linha de maior declive da superfície planar considerada com um plano horizontal. O valor deste ângulo varia entre 0º e 90º.
Fig. 1 - Diferentes elementos que constituem uma falha (faltam alguns elementos na imagem, como: a inclinação da falha, direcção da falha e o rejecto) - (imagem extraída de: CienTIC).
De acordo com o movimento relativo entre os dois blocos da falha (tecto e muro), existem três tipos de falhas:
Falha normal – Tecto desloca-se para baixo relativamente ao muro (ângulo obtuso entre o plano de falha e o plano horizontal). Resultam de tensões distensivas, como as que existem em zonas divergentes de placas.
Falha inversa – Tecto desloca-se para cima relativamente ao muro (ângulo agudo entre o plano de falha e o horizontal). Resultam da actuação de tensões compressivas, nomeadamente em zonas convergentes de placas.
Falha de desligamento – São falhas resultantes da acção de tensões cisalhantes. O movimento pode ser lateral direito ou lateral esquerdo e paralelo à direcção do plano de falha. Ocorrem frequentemente em limites conservativos de placas.
Fig. 2 - Tipos de falhas que se podem encontrar em estruturas geológicas (imagem extraída de: CienTIC).
As falhas normais e as falhas inversas ocorrem quando o deslocamento dos blocos se dá ao longo da inclinação do plano de falha enquanto que as falhas de desligamento ocorrem quando o movimento é ao longo da direcção do plano de falha.
Dobras
As dobras correspondem a alterações da forma e da dimensão dos blocos rochosos que manifestam um comportamento dúctil face às forças a que estão sujeitos. Tal como nas falhas é possível identificar nas dobras elementos que permitem a sua caracterização:
Fig. 1 - Textura granular do granito (cristais visíveis macroscopicamente).
Textura agranular ou afanítica - A rocha é formada, por cristais tão pequenos que não se distinguem uns dos outros macroscopicamente. Característica de rochas vulcânicas, com arrefecimento rápido do magma (basalto, riólito, andesito).
Fig. 2 - Textura granular do gabro (cristais não visíveis macroscopicamente).
Cor
A cor da rocha está relacionada com a abundância relativa de minerais que constituem a rocha. Minerais como o quartzo ou os feldspatos potássicos, onde predominam a sílica e o alumínio, apresentam cor clara, enquanto que os minerais como a biotite ou a olivina, com elevado teor de ferro e magnésio, apresentam uma cor escura.
Rochas leucocratas - apresentam cor clara, devido à predominância de minerais claros (minerais félsicos - sílica e alumínio), como por exemplo, o granito.
Rochas melanocratas - apresentam cor escura, devido à predominância de minerais escuros (minrais máficos - ferro e magnésio), como por exemplo, o gabro.
Rochas mesocratas - apresentam cor intermédia sem predominância de qualquer um dos diferentes tipos de minerais, como é o caso do diorito.
Composição química e mineralógica
A caracterização das rochas é feita, sobretudo, atendendo à sua percentagem em sílica. Fig. 4 - Classificação das rochas consoante o seu teor em sílica.