sábado, 28 de março de 2009

Classificação das rochas sedimentares

Tendo em consideração a origem de fracção predominante, nas rochas sedimentares podem considerar-se três grupos: rochas detríticas, rochas quimiogénicas e rochas biogénicas.


Rochas sedimentares detríticas


As rochas sedimentares detríticas são constituídas sobretudo por sedimentos de origem detrítica, ou seja, sedimentos resultantes do processo de meteorização e erosão de rochas preexistentes. Podem ser formadas a partir de clastos soltos, sendo consideradas rochas não consolidadas, ou podem ser formadas por clastos ligados por um cimento formados por minerais novos, sendo assim uma rocha consolidada.

A tabela seguinte sintetiza as características de algumas rochas detríticas:


Rochas sedimentares quimiogénicas

As rochas quimiogénicas são formadas por materiais resultantes da precipitação de substâncias em solução. A evaporação da água onde as substâncias estão dissolvidas, leva à formação de cristais que se acumulam, constituindo os evaporitos.

Travertino
Trata-se de um calcário de precipitação, resultante da precipitação do carbonato de cálcio de águas saturadas deste soluto. Forma-se, normalmente, no interior de grutas calcárias. Frequentemente, regista marcas da presença de seres vivos.

Gesso
Resulta da cristalização derivada da evaporização da água - evaporito. Forma cristais sedosos, fibrosos ou granulares de sulfato de cálcio hidratado.
Fig. 1 - Amostra de gesso


Sal-Gema
É um evaporito que resulta da formação de cristais de halite (NaCl) e outros sais por evaporação da água. Pouco denso e plástico, ao ascender na crusta, forma massas de sal - domas salinos.



Fig. 2 - Amostra de sal-gema.



Rochas sedimentares biogénicas



Rochas formadas, essencialmente, por sedimentos de origem orgânica, isto é, com origem a partir de restos de seres vivos ou por materiais resultantes da sua actividade por eles produzidos.

Calcário recifal - Resultante dos esqueletos calcários dos corais que vivem em águas do mar quentes e pouco profundas; quando os corais morrem, formam este tipo de calcário.

Calcário conquífero - Formado pela acumulação de conchas calcárias de animais, como os moluscos, que sofreram um processo de cimentação.
Fig. 3 - Calcário conquífero e recifal.

Carvões - Resultam da acumulação de sedimentos constituídos por matéria orgânica (vegetal). Os carvões formam-se em bacias de sedimentação lacustres ou lagunares costeiras, em que o fundo da bacia se vai afundando progressivamente (subsidência). Os sedimentos afundam e pela deposição de novos sedimentos ficam isolados da acção decompositora dos organismos aeróbios. À medida que afundam, aumenta a compactação, a desidratação, a acção decompositora de bactérias anaeróbias e aumenta o teor do carbono dos carvões (incarbonização).
É possível estabelecer a seguinte sequência de grau crescente de diagénese e de incarbonização: Turfa - Lenhite - Hulha - Antracite.
Fig. 4 - Constituintes do carvão (turfa, lenhite, hulha, antracite)

Petróleo - Tem origem a partir de plâncton que fica aprisionado em sedimentos a 2000-3000 m e sem oxigénio. A camada rochosa que possui a matéria orgânica que dará origem ao petróleo é a rocha-mãe. A formação deste, depende da pressão, da temperatura e da acção de bactérias anaeróbias. Da transformação do plâncton resultam hidrogenocarbonetos líquidos e gasosos, que se perdem ao deslocarem-se para a superfície. Por vezes, o petróleo e o gás ficam retidos em camadas rochosas localizadas por cima da rocha-mãe, onde se acumulam - rocha-armazém. Esta retenção só é permitida se a rocha-armazém estiver recoberta por uma camada impermeável - rocha de cobertura.

Fig. 5 - Armadilha petrolífera.

Sem comentários: