domingo, 14 de dezembro de 2008

Diferenciação celular

O desenvolvimento de um indivíduo, normalmente, compreende um conjunto de fenómenos biológicos que podem decorrer desde a célula-ovo até ao estado adulto. Neste processo, pode-se verificar a capacidade das células de se dividirem.

A divisão celular permite o crescimento dos seres pluricelulares. A reposição de várias células, como as células do fígado ou as células da epiderme da pele, podem ser repostas graças a divisões celulares. É importante referir que a regeneração de tecidos dependem também da divisão celular. Para além da reprodução e do crescimento das células, a divisão celular é fundamental ainda para assegurar a manutenção da integridade física dos indivíduos.


Diferenciação celular


As células de um organismo, que resultam das divisões mitóticas sucessivas do ovo, caso não tenha ocorrido nenhum erro, possuem exactamente o mesmo número de cromossomas com cópias idênticas de ADN.


Durante o desenvolvimento de um indivíduo, as células apesar de serem geneticamente iguais, vão sofrendo um processo de diferenciação celular, que consiste na especialização destas mesmas células, no sentido de desempenharem uma determinada função, para isso, estas tornam-se morfologicamente diferentes.


Fig.1 - Células especializadas de uma rã


A diferenciação celular permite a expressão de determinados genes e a inactivação de outros. Calcula-se que cada célula diferenciada possua apenas 5% a 10% do ADN activo, no momento da transcrição ou da tradução. O outro ADN considera-se assim que está simplesmente “adormecido”.
As células, conforme os tecidos, tornam-se assim especializadas no desempenho de uma determinada função.


Fig.2 - Regulação na expressão dos genes


As células provenientes da divisão do ovo e outro tipo de células que constituem o nosso organismo são indiferenciadas, ou seja, podem assim dar origem a células de qualquer um dos tecidos do organismo. Isto significa que em determinadas circunstâncias as células consideradas diferenciadas, perdem a sua especialização. Estas células, tendo a capacidade de originarem um novo individuo, designam-se assim de células totipotentes.
Conclui-se assim, que as células diferenciadas conservam todo o seu ADN embora apenas uma parte desse ADN esteja activa.

Actualmente, esta capacidade é utilizada em vários ramos da investigação biológica, em que se procura a partir de células totipotentes, obter tecidos e órgãos específicos, que possivelmente podem ser usados no tratamento de doenças, como a diabetes e a doença de Parkinson.
Nesta linha terapêutica, existem duas formas diferentes de procedimento. Uma delas, é a utilização das células estaminais embrionárias ou células-tronco embrionárias, que são separadas e submetidas a um tratamento que permite o crescimento dos tecidos pretendidos. O outro processo, consiste na utilização de células estaminais presentes em alguns órgãos dos indivíduos adultos (pele, medula óssea) ou o cordão umbilical dos recém-nascidos, e provocar a diferenciação nos tecidos que se pretendem. Este último, não levanta tantos problemas éticos como o primeiro.

As células totipotentes podem ainda ser utilizadas na obtenção de indivíduos geneticamente idênticos sem recurso a reprodução sexuada, designando-se assim de clonagem e os organismos ou células originados, designados de clones.

Fig.3 - Célula totipotente


O ciclo celular, bem como a expressão dos genes podem ser alterados por factores ambientais (externos às células). Alguns dos factores, podem ser os raios X, a radioactividade, certas drogas e infecções virais. Estes agentes alteram o ritmo do ciclo celular e os mecanismos de controlo da mitose, podendo assim conduzir a doenças como o cancro. Alguns destes agentes, em fases cruciais do desenvolvimento embrionário, podem conduzir ainda a alterações morfológicas e fisiológicas do embrião.

Video que fala sobre a diferenciação das células:

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