quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Origem da multicelularidade

Quando o nosso planeta se encontrou povoado por seres unicelulares, tornaram-se frquentes os fenómenos de predação. Os organismos de menor tamanho estavam em menor vantagem em relação aos de maiores dimensões.
Os organismos celulares não podem contudo aumentar indefinidamente de tamanho
Quando uma célula aumenta de tamanho, verifica-se que a razão entre a superfície e o volume diminui, isto é, o volume aumenta a um ritmo maior do que a área da superfície.
Quando há um aumento de volume, aumenta também o metabolismo, mas a célula não pode contar com um aumento equivalente na eficácia das trocas com o meio externo, uma vez que a superfície aumenta na mesma proporção. Quando maior é a célula, menor é a superfície de trocas.



Fig. 1 - Relação entre o volume e a superfície de trocas de uma célula.


Actualmente, há duas formas de um organismo maior do que um milímetro sobreviver:
- reduz o seu metabolismo, diminuindo a necessidade de trocas com o exterior;
- pode apresentar multicelularidade.


Os seres eucariontes unicelulares constituem agregados. Quando estes agregados ocorrem em seres da mesma espécie, dizem-se agregados coloniais ou colónias. A volvoz é um exemplo de um ser colonial.


Volvox

Este ser é constituído por uma esfera oca de células biflageladas, mergulhadas numa matriz gelatinosa que as une. Os flagelos encontram-se no exterior da esfera, permitindo o movimento da célula. As células maiores desta colónia, têm por função a reprodução.
Apesar da Volvoz ser constituída por várias células dependentes, pois estão ligadas entre si, não ocorre diferenciação. Esta especialização não é suficiente para considerar a Volvox um ser pluricelular. Admite-se que colónias semelhantes poderão ter dado origem às algas verdes multicelulares, daí a importância da Volvox.
Em algumas colónias, determinadas células diferenciaram-se e especializaram-se no desempenho de funções especifícas. A colónia começou então a comportar-se como um indivíduo, surgindo a multicelularidade.



A multicelularidade permitiu uma série de tendências evolutivas, conferindo vantagens aos respectivos organismos, como:

- a diferenciação celular, com a consequente especialização no desempenho de determinadas funções;
- a diminuição da taxa metabólica;
- utilização mais eficaz da energia;
- o aparecimento de seres de maiores dimensões;
- uma maior diversidade de formas, conduzindo à melhor adaptação aos diferentes ambientes;
- uma maior autonomia em relação ao meio externo, já que os sistemas de orgãos garantiram que o meio interno mantivesse um maior equilíbrio.



Fig. 2 - Imagem deste importante ser: a Volvox.


Na história evolutiva da vida foram surgindo diferentes tipos de células, de tecidos, de orgãos e de sistemas de orgãos, que aumentaram a diversidade na Terra. Calcula-se que actualmente existam dezenas de milhões de espécies diferentes.

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