Os organismos celulares não podem contudo aumentar indefinidamente de tamanho
Quando uma célula aumenta de tamanho, verifica-se que a razão entre a superfície e o volume diminui, isto é, o volume aumenta a um ritmo maior do que a área da superfície.
Quando há um aumento de volume, aumenta também o metabolismo, mas a célula não pode contar com um aumento equivalente na eficácia das trocas com o meio externo, uma vez que a superfície aumenta na mesma proporção. Quando maior é a célula, menor é a superfície de trocas.
Fig. 1 - Relação entre o volume e a superfície de trocas de uma célula.
Actualmente, há duas formas de um organismo maior do que um milímetro sobreviver:
- reduz o seu metabolismo, diminuindo a necessidade de trocas com o exterior;
- pode apresentar multicelularidade.
Os seres eucariontes unicelulares constituem agregados. Quando estes agregados ocorrem em seres da mesma espécie, dizem-se agregados coloniais ou colónias. A volvoz é um exemplo de um ser colonial.
Volvox
Este ser é constituído por uma esfera oca de células biflageladas, mergulhadas numa matriz gelatinosa que as une. Os flagelos encontram-se no exterior da esfera, permitindo o movimento da célula. As células maiores desta colónia, têm por função a reprodução.
Apesar da Volvoz ser constituída por várias células dependentes, pois estão ligadas entre si, não ocorre diferenciação. Esta especialização não é suficiente para considerar a Volvox um ser pluricelular. Admite-se que colónias semelhantes poderão ter dado origem às algas verdes multicelulares, daí a importância da Volvox.
Em algumas colónias, determinadas células diferenciaram-se e especializaram-se no desempenho de funções especifícas. A colónia começou então a comportar-se como um indivíduo, surgindo a multicelularidade.
A multicelularidade permitiu uma série de tendências evolutivas, conferindo vantagens aos respectivos organismos, como:
- a diferenciação celular, com a consequente especialização no desempenho de determinadas funções;
- a diminuição da taxa metabólica;
- utilização mais eficaz da energia;
- o aparecimento de seres de maiores dimensões;
- uma maior diversidade de formas, conduzindo à melhor adaptação aos diferentes ambientes;
- uma maior autonomia em relação ao meio externo, já que os sistemas de orgãos garantiram que o meio interno mantivesse um maior equilíbrio.
Fig. 2 - Imagem deste importante ser: a Volvox.
Na história evolutiva da vida foram surgindo diferentes tipos de células, de tecidos, de orgãos e de sistemas de orgãos, que aumentaram a diversidade na Terra. Calcula-se que actualmente existam dezenas de milhões de espécies diferentes.
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